Introdução
Seguem-se em anexo alguns modelos de ensino aprendizagem (Sofistas, Sócrates, Lacan, Jacotot e EAD.
No decorrer do desenvolver as atividades pudemos em conformidades com os modelos de aprendizagem a nós apresentados ressaltar em início de breves comentários e comparação com a proposta da EAD, logo após, especificando cada modelo de aprendizagem referente à atividade 15 do mapa de atividades:
Os Sofistas se posicionam como detentores do saber. Contudo se comprometem não com a verdade, mas sim com a opinião. O discurso pronunciado pelos sofistas era uma espécie de espetáculo, cujo objetivo era a glória do orador, juntamente com o prazer causado pelos espectadores. Para tanto eles usavam a técnica da retórica como arte de falar em público;
Sócrates acredita que todos possuem o saber, mas estão distanciados dele, onde propõe que nada aprendemos, mas apenas nos recordamos de conceitos que já sabíamos através de nossa alma. Sendo assim, o professor tem o papel de encurtar o saber;
Para Lacan, a partir do momento em que uma parte do mundo simbólico a emerge cria seu próprio passado, mas não no mesmo nível intuitivo. Lacan também coloca a origem de toda a realidade do pensamento no inconsciente, que vai se manifestar, num certo momento, junto às formas de proceder do sujeito. O entendimento dessas formas de proceder se dará pelo método da análise, não mais por via da razão, e sim, por exemplo, por meio de sonhos e atos falhos;
Jacotot descobre, por acaso, um método que ele classifica como sendo de emancipação intelectual, onde o aluno se emancipa a partir do momento em que pode aprender, sem mestre, apenas pela tensão de seu próprio desejo, sendo que o mestre encaminha o aluno a utilizar sua própria inteligência. Este método deixa o aluno em um lugar de igualdade diante do mestre
A proposta da EAD implica um novo estilo de pedagogia que favorece tanto a aprendizagem personalizada quanto a aprendizagem coletiva, e o papel de professor transmissor de conhecimentos muda, sendo animador da inteligência e incentivador da aprendizagem e do conhecimento, sendo que sua atividade é centrada no acompanhamento e na gestão de aprendizagem, ou seja, orientador, e o ensino não são centrados no professor e a aprendizagem é centrada no aluno, o trabalho do aluno com o conteúdo não se restringe à posição de um receptador passivo. Ele não é um mero executor de tarefas, determinadas por equipes de trabalho, mas sim um importante participante de um projeto comum de formação.
Sofistas
Na Antiguidade, o sábio, aquele considerado possuidor do saber, era denominado sofista. Sendo considerados nossos primeiros professores onde a transmissão dos conhecimentos correspondia ao modelo de conferência e da assembléia. “A transmissão de conhecimentos acontecia com os sofistas estimulando o interesse dos espectadores explicando completamente seu raciocínio. Os ouvintes absorviam o raciocínio do sábio, e o consenso e a adesão de todos era a conseqüência. Utilizam a técnica da sedução, com um discurso eloqüente. Para Murta (1998), O discurso pronunciado pelos sofistas se configurando numa espécie de espetáculo, cujo objetivo era a glória do orador, juntamente como prazer causado nos espectadores. Para tanto, eles usavam a técnica da retórica como arte de falar em público.
Segundo com CARVALHO, e de acordo com Jaeger,
“Os sofistas do século V. a C. são iniciadores da antropologia racional. Suas afirmações e atitudes baseiam-se em sua concepção da “phýsis”, e toda a educação é um produto da “phýsis”.
(...) Os sofistas se interessam pelas atitudes naturais do indivíduo, procurando localizá-las nas leis gerais da natureza humana. O próprio exercício da atividade política pressupõe o conhecimento das condições naturais da vida em sociedade.
Os sofistas também apresentam uma reflexão eminentemente voltada para a ação. Nesse caso, a ação política é determinante da que é prático e imediato. A argumentação é organizada tendo em vista as discussões públicas, a capacidade de demagogia. A palavra está a serviço da ação na vida pública. “Princípios religiosos e morais são desconsiderados, a não ser que fomentem a ação pela linguagem, pois em primeiro lugar está a palavra que age, não a virtude e o conceito”.
No método sofista, os sábios eram os únicos detentores do conhecimento. Estes sábios trabalhavam sempre com grandes grupos de ouvintes; (...) “O prazer causado no espectador, um dos elementos básicos do discurso sofista, tem, como fundamento a emoção – Quanto mais emoção, mais sujeição à sugestão. A sugestão é induzida pela figura do orador; um orador carismático pode sugestionar multidões.” Assim, os sofistas não se comprometiam com a verdade, se preocupando tão somente em reproduzir o seu pensamento. E para tanto, lançam mão de recursos tais como logos, a palavra, e através de jogo, jogo de palavras. Partindo de valores e opiniões passa a produzir novas opiniões. “E por ser carismáticos, o público é desse modo, seduzido pelas belas palavras de um eloqüente orador que pode sugerir o que bem quiser a esse público receptor.”
Sócrates
A reflexão filosófica vai mostrar que freqüentemente não sabemos o que pensamos saber. Muitas vezes temos um conhecimento prático, intuitivo, imediato, mas que se revela inconsistente no momento em que deve ser explicitado. O método socrático irá apontar essas fragilidades, indicando a necessidade de aprimorar esse conhecimento através da reflexão. Partindo-se de um conhecimento já existente, irá se buscar algo mais perfeito e mais complexo.
O papel do filósofo, portanto, não é o de apresentar respostas prontas, mas de ajudar os seus interlocutores, outros indivíduos, através da dialética e do diálogo, para que venham a dar à luz suas próprias idéias. Os passos básicos do método maiêutico são primeiramente questionar o interlocutor, de forma que ele exponha as suas idéias, provocando-o a explicitar suas crenças e questionando-o, para que ele fundamente suas idéias e crenças. Após, freqüentemente utilizando-se de ironia, deve-se problematizar essas crenças, fazendo com que o interlocutor caia em contradição, reconhecendo insuficiências e expondo inconsistências, até que ele conclua que não sabe tanto quanto acreditava em relação ao que está expondo – o reconhecimento da ignorância é o princípio da sabedoria;
Segundo Marcondes (2000). O indivíduo a partir dessa década adquiriu o caminho aberto na busca da verdade, livrando-se de opiniões insignificantes encontrando caminhos que os levem ao conhecimento.
Sócrates não oferecia respostas prontas aos seus alunos porque todo conhecimento é inato. Segundo a ação e o conhecimento do filósofo era ajudar o indivíduo a pensar e chegar alguma conclusão ao qual seja considerado como um conhecimento que já possuía ou que adquiriu através de pesquisas r (Nielsen Neto, 1985).
Sócrates não respondia as questões que formulava, apenas indicava ao seu interlocutor as respostas insatisfatórias. Com isso, indicava apenas o caminho que deveria ser percorrido pelo próprio indivíduo, dando origem a palavra método, que significa “através de um caminho”.
Lacan
Jacques Marie Emile Lacan nasceu na França, em 1901, faleceu em 1984. Provindo de uma família de classe média, ele sempre foi aluno brilhante, destacaram-se nas disciplinas de filosofia, teologia e latim. Iniciou seus estudos de medicina em 1920, a partir de 1926, especializou-se em psiquiatria. Em 1933 complementando seus estudos sobre paranóias, da psicose paranóica em suas relações com a personalidade. Lacan dizia ser um autor cristalino. Mostrou a importância de seus pensamentos. Afirma que uma escola de psicanálise não é fundada para distribuir ensinamentos. Se uma escola deve garantir a formação do analista, isso o fará a partir da real experiência de cada um. Para pensarmos o ensino e a transmissão, temos pautado por uma estrutura lógica colocada como central do saber do analista. Outra característica de Lacan foi a sua grande facilidade para promover e ficar envolvido em sérios conflitos, assim, ele decidiu com a IPA e criou a sua própria "Escola Freudiana em Paris" que adquiriu uma reconhecida prejança, porém aos poucos foi sofrendo a dissidência. Lacan dissolveu a sua própria escola,e o número de novas correntes psicanalíticas formadas pelos seus ex-colaboradores foi num total crescente,porque também esses,identificados com o ponto de que alguns críticos preferem dizer que mais do que "dissociada",a escola lacaniana está "pulverizada". Lacan dá extraordinária importância ao aspecto do estruturalismo da linguagem. A linguagem é estruturalmente do inconsciente, esse também é estruturado como uma linguagem. Lacan designava grupos composto de três pessoas pelo menos, cinco no máximo, quatro sendo a medida certa, mas uma encarregada da seleção, da discussão, e da solução a reservar ao trabalho de cada um. Após certo tempo de funcionamento, os elementos de um grupo receberão proposta de fazer permuta com o outro.
Jacotot
O livro de RANCIÉRE,J.O mestre ignorante >Cinco lições sobre a emancipação intelectual.Trad .Lilian do Valle.Belo Horizonte:Autêntica,2002(Serie Educação.Experiência e sentido)Nos relata que Jacotot era professor Francês militante dos século das luzes que confrontando em 1818,a uma situação pedagógica,é levado a romper seus princípios da condição de ensinar.Encontrando-se numa situação da qual tinha de lecionar Literatura para alunos holandeses que ignorava m o francês, assim como ele ignorava o holandês Antes desta situação Jacotot acreditava que mestre tinha como tarefa transmitir conhecimentos, porém, diante desta situação,ele introduziu um livro Telêmaco,uma edição bilíngüe(francês-holandês).A partir deste livro e de um interprete, orientou seus alunos a aprenderem a língua francesa lendo o livro com ajuda da tradução .Mas adiante pediu que escrevessem em francês o que havia compreendido e pra sua surpresa viu que se saíram muito bem. Assim começou a refletir, então não era necessária a explicação?Foi então que percebeu que precisa mudar seu método de ensinar. Através da explicação, o mestre transmite seus conhecimentos e verifica se o aluno entendeu, o que para Jacotot passa a ser principio do embrutecimento.E em contradição a este principio ,”surge”o princípio da Emancipação.
Neste método pode ensinar qualquer coisa mesmo sendo leigo no assunto, mas pra isto acontecer e necessário emancipar o aluno e ele queira aprender sozinho usando sua própria inteligência. Já no método embrutecedor, o da explicação o mestre mantém distante do aprendiz, pois transmite um conhecimento em partes, e o aluno terá de esperar mais um ano pra aprender, deixando assim o professor num grau superior, ou seja o aluno sempre precisa de um mestre explicador pra continuar aprender.
Para instituir tal sociedade, os discípulos de Jacotot deveriam anunciar a todos que se pode ensinar aquilo que se ignora, principalmente aos pobres por sofrer preconceito em relação a desigualdade de inteligências.Porém o autor cita que não é fácil aceitar este novo método ,a exemplo do próprio Jacotot ,que apenas tornou-se mestre ignorante quando viu diante de uma situação que não teve outra solução.
Por fim, deveríamos entender que todo tem inteligências iguais apesar de vivermos em uma sociedade tão desigual. E é isto que Ranciere julga simples, mas difícil de compreender e de colocar em pratica!
Componentes:
- Dária Gláucia de Freitas Leite,
- Eusemar Delbone de Mello,
- Flávia Almeida,
- Maria Geralda Telles Lopes,
- Schirneider Delbone de Mello Dias,
- Vanessa D'Ávila Lessa Küster.
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